Nunca é tarde para o amor: o encontro de Vera e José na Casa de Clara
- Melissa Galdino
- 5 de jun.
- 2 min de leitura
Foi na Casa de Clara, projeto do Sefras - Ação Social Franciscana, em Mogi das Cruzes, que Vera Lucia Cardoso Martins, 76 anos, e José Saraiva, 78, se encontraram — e acharam também um novo motivo para sorrir. Entre um café servido com carinho e uma conversa leve durante uma atividade em grupo, nasceu uma amizade que hoje é namoro. Ele viúvo, ela também. Ambos com uma história de vida marcada por alegrias e perdas, que agora ganha um novo e inesperado capítulo.

“Essa Casa de Clara para mim foi uma bênção”, conta Vera. “Eu estava me isolando de tudo, sem coragem pra nada. Foi lá que eu voltei a viver.”
Ela se lembra com precisão do início: estavam preparando fitinhas roxas para o Dia da Consciência Negra. “Conversa vai, conversa vem... brincadeira daqui, risada dali... E olha, já faz um ano. E continua o namoro.” Cada um na sua casa, sem pressa. Eles se encontram, passeiam, vão ao shopping, almoçam fora. É leve, é real, é bonito.
Não se trata de conto de fadas, e sim de reencontro com a vida. Vera fala com gratidão sobre a rotina na Casa de Clara: os almoços coletivos, as aulas de yoga, as festividades, os vínculos que se criam entre os participantes e a equipe. “Essa casa é uma família. A gente sente paz. E eu voltei a ter alegria.”
Vera e José não moram juntos, não têm planos de casamento, não precisam provar nada para ninguém. O que construíram é afeto, presença e companhia. Uma história simples e, talvez por isso mesmo, poderosa. Eles são a prova viva de que nunca é tarde para abrir de novo o coração.
Em tempos em que o amor parece correr demais ou se perder em desencontros, histórias como essa nos lembram que ele também pode chegar devagar, entre uma atividade em grupo, um café compartilhado e um sorriso que acolhe.
Porque, sim — a vida ainda surpreende. E amar, seja aos 20 ou aos 80, é sempre uma forma de continuar vivo.
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