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Sefras realiza formação aberta com tema ‘Amizade Social e a Justiça Socioambiental'

A Amizade Social e Justiça Socioambiental são os temas guarda-chuva do Sefras em 2024, e para iniciar os debates sobre o assunto, a instituição realizou uma formação aberta ao público. As atividades ocorreram nos dias 17,18 e 19 de janeiro e contaram com convidados de movimentos e organizações parceiras.

Kelvim Francisco fazendo sua fala no segundo dia da formação ‘Amizade Social e a Justiça Socioambiental' promovida pelo Sefras.

Os desafios para a Casa Comum

No primeiro dia foi realizada uma análise de conjuntura sobre justiça ambiental e os desafios para a Casa Comum. Com Peterson Prates, graduado em Jornalismo e membro do Secretariado Nacional da Articulação Brasileira de Economia de Francisco e Clara, e Vivian Motta, doutora em Ciências Sociais pela Unicamp e professora do Instituto Federal de São Paulo - Campus São Roque.

Os convidados ressaltaram a importância de olhar para as guerras internas do nosso país, como aquelas que acontecem nas comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas contra grandes empresas do agronegócio e mineradoras. Além de contestarem o discurso de que ‘estamos todos no mesmo barco’ quando se trata das mudanças climáticas, pois não só alguns países contribuíram mais para a deterioração do nosso planeta do que outros, como alguns sofrem mais com os efeitos da crise do que outros.

Petterson apontou a incongruência da raiz humana da crise ecológica, uma vez que vivemos em um modo de vida político e econômico baseado no individualismo, consumismo, concorrência e da desvalorização da comunidade, que utilizou da Terra de forma tão dura que em pouco tempo já é possível ver nossa marca nela. ‘Porém, será que todos os seres humanos, todos os povos, têm a mesma culpa no que foi construído?’ questiona Prates aos presentes, para logo em seguida responder com um sonoro ‘não’.

Para ele, mais do que apontar o antropoceno [era geológica caracterizada pelo impacto do Homem na Terra], temos que responsabilizar o sistema em que vivemos. Pois os modos de vida dos povos originários, comunidades tradicionais, a população roceira, não deixaram essa pegada.

Colapso climático e a urgência do agir ecológico

No segundo dia foi realizada uma formação sobre ‘Colapso climático e a urgência do agir Ecológico’, com Kelvim Francisco, graduado em Arqueologia, especialista em jornalismo ambiental e Coordenador Nacional do Movimento Nacional dos Atingidos por Barragem - MAB.

Ele deu uma palestra sobre a crise climática e a urgência do agir ecológico, na qual explicou um pouco sobre conceitos básicos no estudo das mudanças climáticas, a formação do modelo energético brasileiro, como chegamos aonde chegamos e mostrou as preocupantes perspectivas para o nosso futuro. Reforçou também que, de fato, não estamos no mesmo barco, não apenas numa perspectiva internacional, mas também social, uma vez que as pessoas mais atingidas pelas mudanças climáticas que temos vivenciado são os mais pobres.

O cuidado com a Casa Comum

Já no último dia, foi realizada uma vivência franciscana com Frei Marx pensando na Amizade Social na perspectiva do Cuidado com a Casa Comum. O religioso, para além de ser secretário-geral do Sefras, é graduado em Filosofia e atua na agenda Climática há cinco anos. Entre suas atividades se destacam a Coordenação  do serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação na Conferência Franciscana Brasil e Cone-Sul e seu trabalho junto ao Sefras na proteção de Territórios Ameaçados na Amazônia  e a Rede de Fundos Comunitários para Amazônia.

O religioso apontou a necessidade de voltarmos a nos enxergar como parte da natureza, pois somos os principais causadores da destruição da nossa Casa Comum, nosso planeta, e não é possível pensar numa solução para o problema que não esteja centrada na nossa forma de se relacionar com o meio ambiente. Apontando que “se fala em ecologia sem pensar nas relações do homem com o planeta e outros seres, quando falamos de meio ambiente quase sempre estamos falando da vida sem o homem. Mas nós também somos planetas, nós também somos vida”.

As falas de todos os convidados durante os dias de formação deixou muito claro como os seres humanos se dissociaram da Terra ao longo dos últimos séculos, criando e propagando uma forma de vida insustentável não apenas para os animais e o meio ambiente, como para nós mesmos. Ao longo dos anos temos assistido outras espécies desaparecerem com uma normalidade e indiferença assustadora, porém se continuarmos no caminho em que estamos, nós vamos desaparecer, pois o que está em jogo não é a continuação do planeta Terra, mas sim a existência do ser humano.



O Sefras

O Sefras é uma organização franciscana que luta todos os dias no combate à fome, a violações de direitos e inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, crianças pobres, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase.

Guiados pelos valores franciscanos de Acolher, Cuidar e Defender, atua pelo Brasil atendendo mais de 4 mil pessoas todos os dias. São serviços diários que promovem apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.

Para ajudar quem tem fome na cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Sefras atua distribuindo mais de 2 mil refeições diariamente, além de distribuir cestas básicas, itens de higiene e cobertores e roupas de frio.

Ajude o nosso trabalho nesse dia especial. Você pode ajudar doando itens , em São Paulo, no Chá do Padre, na Rua Riachuelo, 268 – Centro. Tel: (11) 3105-1623 e no Rio de Janeiro na Tenda Franciscana no Largo da Carioca, s/ n, Centro.

Você também pode doar qualquer quantia pelo nosso site ou pelo pix: sefras@sefras.org.br.



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