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“Cuidar da Casa Comum é Semear a Paz”: Sefras promove encontro inter-religioso

  • Foto do escritor: Melissa Galdino
    Melissa Galdino
  • há 13 horas
  • 4 min de leitura
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O Sefras – Ação Social Franciscana realizou nesta quinta-feira, 30, mais uma edição da Semana da Paz, reafirmando seu compromisso com o diálogo, o respeito e a convivência entre diferentes expressões de fé. O Encontro Inter-religioso aconteceu na Casa de Clara Belém, em São Paulo, e reuniu lideranças religiosas e participantes dos projetos do Sefras para refletir sobre o tema “Cuidar da Casa Comum é Semear a Paz”.


O encontro foi conduzido pelo Frei Gabriel Vargas, diretor-secretário do Sefras, que mediou uma mesa de conversa com a presença de Irmã Inês da Costa Camargo, Frei Tiago Elias, Padre Arlindo e Mãe Vanessa. A roda de diálogo se desenvolveu a partir de reflexões sobre espiritualidade, diálogo inter-religioso, fraternidade universal e convivência pacífica, inspiradas pelo tema central da Semana da Paz.


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Entre as questões propostas, destacaram-se perguntas como: “Como cada tradição espiritual compreende o papel da espiritualidade na construção de uma vida com sentido e propósito?”, “Como podemos transformar o diálogo inter-religioso em colaboração prática em nossas comunidades?” e “De que maneira as tradições espirituais podem inspirar uma ética comum de cuidado — com a Terra, com os pobres e com as futuras gerações?”.


Frei Tiago Elias, vice-presidente do Sefras, destacou a importância de cultivar o diálogo em tempos de intolerância e desigualdade:

“Cuidar da Casa Comum é cuidar uns dos outros. É reconhecer que cada pessoa, com sua fé, cultura e história, tem um papel na construção de um mundo mais justo e fraterno. Falar de paz é também falar de escuta e de compromisso com a vida em todas as suas formas.”

Na sequência, Mãe Vanessa Mari Labigali, sacerdotisa da Umbanda Casa do Perdão Pai Armando, ressaltou o valor do diálogo entre as religiões e o papel da espiritualidade na construção de um mundo mais empático:

“O diálogo inter-religioso é fundamental — é dele que nasce a paciência e a democracia. Essa iniciativa do Sefras é magnífica, porque é no diálogo cotidiano que aprendemos a nos colocar no lugar do outro. A Umbanda fala do saber sagrado, do acolher, do amar — e é isso que nos une.”

Padre Arlindo, missionário da Congregação do Verbo Divino e integrante do Projeto Rede Rua, trouxe uma reflexão inspirada no Gênesis e na justiça social:


“No princípio, Deus viu que tudo era bom — e tudo continua sendo bom quando cuidamos da criação e uns dos outros. Falar da Casa Comum é também falar de igualdade. A paz só existe quando há justiça, quando todos têm direito a viver com dignidade, sem fome, sem exclusão e com oportunidade de florescer.”

Irmã Inês da Costa Camargo, destacou a importância da escuta como um caminho de comunhão e paz:


“Escutar é mais do que ouvir palavras — é abrir o coração para o que o outro traz. Quando nos dispomos a escutar verdadeiramente, criamos espaço para o encontro, para o cuidado e para a transformação. É na escuta atenta que nasce a fraternidade, porque é nela que reconhecemos a presença de Deus no outro.”

Encerrando o encontro, Frei Gabriel destacou o sentido franciscano do “ser menor” e a importância de viver a paz no cotidiano:


“Hoje vivemos um momento profundo de escuta e partilha. A espiritualidade franciscana nos ensina a sermos menores — e ser menor é abrir-se ao diálogo, reconhecer o outro e permitir que a paz floresça em cada encontro. A Semana da Paz não se resume a alguns dias de celebração; é um lembrete da tarefa que temos o ano inteiro: sermos construtores e construtoras da paz, nas ruas, nas casas, nas relações e dentro de nós mesmos.”

Durante o encontro, os participantes da Casa de Clara também se expressaram artisticamente, cantando canções que remetiam à fraternidade, como “Paz”, de Gilberto Gil, emocionando o público presente.

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Semana da Paz nas Casas do Sefras


Ao longo da Semana da Paz, as 18 Casas do Sefras se mobilizaram em torno do mesmo tema — “Cuidar da Casa Comum é Semear a Paz” — promovendo atividades com os participantes e ações abertas ao público. Foram realizadas rodas de conversa, dinâmicas, produções artísticas e panfletagens em espaços públicos, sensibilizando comunidades e territórios sobre a importância de cultivar a paz e o cuidado em todos os níveis da vida.

Essas ações refletem o compromisso do Sefras em manter viva a cultura do encontro e da solidariedade, transformando valores franciscanos em gestos concretos de escuta, empatia e acolhimento.

Como surgiu o “Dia do Espírito de Assis”


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O Dia do Espírito de Assis remonta a 1986, quando o Papa João Paulo II reuniu líderes de várias religiões em Assis, na Itália, para orarem pela paz mundial. Desde então, a data se tornou um símbolo de encontro ecumênico e inter-religioso, promovendo o respeito e a convivência pacífica entre diferentes crenças.


Mais do que uma celebração religiosa, o Dia do Espírito de Assis se configura como um espaço de promoção do diálogo inter-religioso, onde diferentes tradições compartilham suas visões de mundo e constroem pontes em um contexto cada vez mais polarizado. O encontro reforça a importância da paz e da fraternidade — conceitos centrais no ensinamento de São Francisco de Assis, que continuam a inspirar o Sefras a semear esperança, fé e justiça social.


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