Por Rosangela Pezoti (Coordenadora Técnica – SEFRAS)
É comum associarmos o Dia Internacional das Mulheres ao incêndio ocorrido em 25/03/1911 na Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, quando 146 trabalhadores morreram, dos quais, 125 eram mulheres.
Porém, a reivindicação das trabalhadoras por melhores condições de trabalho é marcada por momentos históricos datados a partir de 1857. Em 1910, a alemã Clara Zetkin propôs em uma reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas a criação de uma jornada de manifestações pela igualdade de direitos das mulheres. O primeiro dia oficial da mulher foi celebrado, então, em 19 de março de 1911.
Em 1975, a Organização das Nações Unidas declarou o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher para lembrar as conquistas sociais e políticas, mas também para lembrar que muitos problemas ainda precisam de solução.
Especialmente no Brasil, neste 8 de Março, as mulheres estão nas ruas para reivindicar pelos seus direitos, contra as diversas formas de violência, mas também, contra a atual conjuntura política econômica que vem penalizando os mais pobres.
No que diz respeito aos direitos das mulheres, o Brasil pouco tem avançado no reconhecimento e concretização dos mesmos, assim como, na redução das diversas formas de violência que atinge a vida deles.
O país está entre os cinquenta do mundo que oferece as piores condições para se nascer mulher. A organização Save The Children mapeou os países a partir de dados sobre o casamento infantil, gravidez na adolescência, acesso a serviços de saúde e educação sexual, violência e representação feminina na política. O Brasil também ocupa o 5º lugar na taxa de feminicidios no mundo.
Segundo dados levantados pelo Fórum de Segurança Pública, uma em cada quatro mulheres sofreram violência física, sexual ou psicológica no ano de 2018. A maioria das agressões ocorreu no ambiente familiar e por pessoas próximas a vitima. E neste quadro de violência, as mulheres negras são as mais vulneráveis. O Fórum de Segurança Pública levantou que, em 2019, os casos de feminicidio e violência aumentaram.
Em relação ao trabalho, o IBGE divulgou no ano passado que, a diferença salarial entre homens e mulheres que ocupam os mesmos cargos é de 20,5%. Assim como, há uma diferença de 4 horas e 48 minutos na carga horária semanal. Ou seja, as mulheres trabalham mais e ganham menos, sem contar a jornada de trabalho e afazeres domésticos.
Por estes e outros dados, o 8 de Março permanece como um dia de luta! Mais do que nunca é necessário criar estratégias e ações para que todas as mulheres tenham seus direitos garantidos e não sejam vítimas da violência estrutural que persiste em nossa sociedade.
O SEFRAS, anualmente, celebra o Dia das Mulheres! Neste ano, com o tema do feminicidio e do empoderamento feminino, trabalhadoras e participantes se reuniram em São Paulo para refletir sobre as várias expressões de “morte” que agridem às mulheres. Também para fortalecer os laços e celebrar a esperança de que juntas podemos superar as situações de violência e opressão.
Juntas pela vida das mulheres!
Fotografia: Yzabella de Oliveira
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