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Faces da Pandemia da Fome

Vivemos a pior fase da pandemia da COVID-19, e com o aumento das restrições para conter a transmissão do vírus, muitas pessoas, que vivem da informalidade, encontram dificuldade em garantir o alimento do dia-a-dia.

Nos últimos tempos, é perceptível que muitos que buscam por comida, não estão em situação de rua. Em pesquisa realizada pela equipe técnica do SEFRAS, 45% das pessoas que nos procuram não estão em situação de rua, porém não tem dinheiro para se alimentarem.

A procura da refeição é cada vez maior por aqueles que perderam o emprego, ou devido ao alto preço dos alimentos encontram dificuldade em garantir seu sustento.

Paulo é mais uma das inúmeras pessoas que ficaram desempregadas em decorrência da pandemia da COVID-19.

“Graças a Deus eu tenho casa, mas sem emprego fica muito difícil conseguir comida, tá tudo muito caro. É aqui que eu garanto o meu alimento do dia. Perdi o emprego no meio do ano passado, saio todo dia cedo para procurar, mas está muito difícil encontrar alguma coisa, aí venho para cá garantir a comida do dia né” relatou Paulo. ⠀

Estamos vivendo não só a pandemia do novo Coronavírus, também vivemos a Pandemia da Fome. Atualmente, servimos diariamente mais de 3.500 refeições e a procura aumenta cada vez mais. Estimamos que nos próximos dias essa procura cresça pelo menos 40%.

Além disso, é constate encontrar nas filas de nossos atendimentos, famílias completas. A fome é uma preocupação de muitos pais, e por isso trazem seus filhos, para se alimentarem ao menos uma vez no dia.

Matheus tem apenas 6 anos, e já enfrenta as terríveis consequências que o vírus trouxe. Os pais desempregados trabalhavam como vendedores ambulantes, mas em decorrência das medidas restritivas encontram bastante dificuldade em conseguir e garantir comida para a família.

É missão do SEFRAS, enquanto organização humanitária, a luta diária no combate à fome, às violações de direitos e à inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis.

À luz dos valores franciscanos de acolher, cuidar e defender, os espaços de atendimento recebem todos os dias mais de 2 mil pessoas. Elas não buscam só alimento, mas também apoio na reinserção social com o desejo de oportunidade, espaço e visibilidade.

Histórias como a do Paulo e a do pequeno Matheus dão faces a Pandemia da Fome e nos interpelam diariamente a seguirmos firmes no compromisso e desejo de um mundo mais igualitário e livre da fome.

Ajude os franciscanos a salvar vidas. Clique aqui, e saiba como contribuir.

(Os nomes das pessoas da matéria foram mudados para preservar suas identidades)

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