Sefras leva música, histórias e protagonismo à 2ª edição do Festival Pop Rua
- Melissa Galdino
- há 9 horas
- 2 min de leitura

No dia 29 de agosto, o Sefras – Ação Social Franciscana participou da segunda edição do Festival Pop Rua – População em Situação de Rua e o Direito à Cultura, promovido pelo Sesc Bom Retiro de São Paulo e pelo Museu da Língua Portuguesa. A programação reuniu artistas, coletivos e pessoas em situação de rua em torno da arte como ferramenta de cidadania e reconhecimento de direitos.
Segundo Beatriz Clemente, assistente social do Chá do Padre e uma das organizadoras do festival: “Eu acredito muito que a arte é uma forma de inclusão social, porque através dela as pessoas podem se expressar e se fortalecer. A presença do Sefras aqui é a maneira de mostrar para a cidade que estamos realizando um trabalho sério, comprometido e transformador.”
O Chá do Padre, uma das Casas Franciscanas do Sefras, marcou presença com diferentes expressões artísticas. O público acompanhou a apresentação do Chá do Padre e Quarteto Fora de Contexto, grupo que nasceu das oficinas musicais oferecidas semanalmente pela EMESP Tom Jobim no espaço.

Para Brenda, participante do Chá do Padre que se apresentou no festival: “Eu sempre gostei de cantar, mas foi com as oficinas dos professores da EMESP que consegui me desenvolver de verdade. Estar aqui hoje é como reconstruir a arte dentro da minha vida.”
Outro momento importante foi o lançamento do livro “DePara: Banquete de memórias, cartas e receitas”, iniciativa do Museu da Língua Portuguesa que também contou com a contribuição de trabalhadores e participantes do Sefras. Entre os depoimentos, está o de Marcos da Silva, trabalhador do Chá do Padre, que compartilhou sua prática de abençoar as marmitas antes de entregá-las no almoço — gesto simples, mas carregado de cuidado e humanidade.
O Palco Sefras também integrou a programação do festival, recebendo apresentações do Coletivo Viva Rua, Orgânicos, Kric Cruz, MC Docinho, Márcio Antônio, Chris Lamat e Ruídos no Caos. Cada artista trouxe ao público uma leitura própria sobre resistência, vida nas ruas e possibilidades de criação.

Entre eles, Kric Cruz, que já trabalhou no Chá do Padre e hoje segue sua trajetória artística, relembrou sua passagem pelo projeto: “É fundamental ter espaços como este na cidade. Precisamos de mais lugares que cuidem verdadeiramente dos mais vulneráveis, como o Sefras faz. Eu acredito que as pessoas precisam, acima de tudo, de oportunidades para viver com dignidade.”
Com sua participação, o Sefras reforça que a arte é parte fundamental da vida social e que o acesso à cultura é um direito de todos. Mais do que apresentações, o Festival Pop Rua se consolidou como um espaço de reconhecimento e protagonismo para pessoas em situação de rua, que encontraram no palco a oportunidade de compartilhar suas histórias e talentos.
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