Terceiro dia da Assembleia Sefras: escuta, desafio e construção coletiva
- Melissa Galdino
- 24 de jul.
- 2 min de leitura

Na última quarta-feira, 23, o Sefras viveu uma jornada memorável no terceiro dia da XXI Assembleia Anual. Desde cedo até o fim da tarde, o que se viu foi um mosaico de escutas profundas, provocações instigantes e reafirmações sobre o caminho franciscano em tempos tão desafiadores. Com falas marcantes de Frei Paulo Roberto e Frei Vagner Sassi, o dia foi tecido com compromisso e uma busca constante por coerência entre o carisma franciscano e a prática cotidiana da solidariedade.
Um cordel, memória viva e mística coletiva

A manhã começou com um gesto simbólico: Frei Paulo leu um cordel escrito especialmente para a ocasião, resgatando os 25 anos de caminhada do Sefras. A poesia, carregada de afeto e espiritualidade, abriu espaço para uma roda de apresentações marcadas pela escuta e partilha das diversas frentes de atuação das casas.
Além disso, os grupos formados no dia anterior retomaram os temas escolhidos para a análise de conjuntura, aprofundando as discussões de forma lúdica e colaborativa. Por meio de dinâmicas, apresentações criativas e troca de experiências, os participantes exploraram diferentes perspectivas sobre os desafios econômicos, sociais e políticos do nosso tempo.
Esse formato favoreceu a escuta ativa e a participação de todos, estimulando o pensamento crítico e a construção coletiva de propostas para fortalecer a atuação do Sefras diante das complexidades do mundo contemporâneo. A abordagem dinâmica também ajudou a descontrair o ambiente e promover a integração entre os diversos setores e regiões representados.
Frei Paulo: o “motorista” que conduz ouvindo

Ao assumir a palavra, Frei Paulo Roberto, Ministro Provincial, contou uma anedota vivida em Agudos, onde foi confundido com o motorista do ônibus. Longe de se ofender, usou essa imagem como metáfora para seu papel de liderança: mais do que conduzir, é preciso escutar e discernir coletivamente os caminhos da Província.
Em sua fala envolvente, refletiu sobre o tema da Assembleia — Herança, Cuidado e Missão — e destacou a importância de cultivar uma fé afetiva, enraizada na tradição franciscana, mas sem cair no tradicionalismo. Lançou provocações certeiras sobre os riscos da institucionalização excessiva, a perda dos vínculos afetivos nas obras sociais e o desafio de manter vivo o espírito samaritano em tempos de burocracia e polarização.
"Talvez o que mais falte hoje não sejam respostas, mas boas perguntas", provocou Frei Paulo, levando os participantes a uma reflexão profunda.
Alinhamento, escuta e coragem para estruturar

A tarde foi dedicada a temas práticos e estruturantes. Frei Vagner Sassi apresentou a proposta atualizada do Regimento Interno, construída de forma participativa desde abril, alinhada aos desafios contemporâneos da gestão. A proposta reorganiza as instâncias de decisão do Sefras, equilibra o protagonismo dos frades com espaços abertos à diversidade e fortalece a governança das ações sociais em cada território.
Foi aprovada a criação dos Fóruns Regionais de Articulação, que terão reuniões mensais organizadas pela área programática, além da consolidação das Paradas Técnicas como instrumentos obrigatórios de planejamento e avaliação.
No final da tarde, Rodrigo Zavala conduziu uma avaliação parcial do Planejamento Estratégico de 2025, destacando avanços, desafios e a importância de continuar revisando e alinhando ações para que o Sefras siga firme em sua missão.

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