Alegria de estar aqui: Casa de Clara celebra dois anos em Mogi
- Melissa Galdino
- há 1 dia
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A Casa de Clara, projeto do Sefras - Ação Social Franciscana - dedicado à população idosa, celebrou seus dois anos em Mogi das Cruzes com uma festa que uniu música, dança, espiritualidade e emoção. O evento reuniu participantes, familiares, autoridades e a comunidade em uma tarde de celebração coletiva, marcada pelo tema “A alegria de estar aqui”.

Logo na abertura, uma mística conduzida por frei Tiago Elias e irmã Jose encenou o encontro de um espaço de acolhimento e felicidade – simbolizando o papel da Casa de Clara como lugar de vínculos, cuidado e convivência. A apresentação seguiu com o grupo de escaleta, que emocionou ao tocar clássicos como Como é grande o meu amor por você, além de apresentações de dança de salão, balé e até uma performance inspirada em Ney Matogrosso.
“Como é que as pessoas podem viver bem e felizes sem espaços como este? A Casa de Clara é expressão de um sonho que começou com São Francisco há 800 anos e continua vivo hoje”, afirmou o diretor-presidente do Sefras, frei Vagner Sassi.
Na sequência, a coordenadora Yamim Alves reforçou a identidade da Casa: “Mais do que um espaço físico, a Casa de Clara é feita de afeto e amor. Cada pessoa que entra se torna parte de uma grande família. Hoje é uma daquelas celebrações que nos fazem sorrir com os olhos.”
O projeto
A história da Casa de Clara em Mogi das Cruzes começou em novembro de 2022, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social. O atendimento inicial foi a 80 idosos em polos externos. Um ano depois, em 5 de setembro de 2023, o Sefras
inaugurou a sede própria na Vila Brasileira, totalmente reformada para acolher a população idosa da região.
Desde então, o crescimento foi rápido. Hoje, o espaço atende 150 participantes, realiza em média 80 atendimentos por dia e oferece cerca de 160 atividades por mês — nas áreas de esporte, lazer, cultura, alimentação, política e cuidado com a Casa Comum. Só em lanches, a Casa distribui aproximadamente 1.500 por mês.
O trabalho tem como eixos principais:
Prevenção do isolamento social e da perda cognitiva;
Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;
Acompanhamento social com encaminhamentos para a rede de garantia de direitos;
Oficinas de desenvolvimento físico e cultural, como dança, yoga, jogos cooperativos, música, artesanato e teatro;
Oferta de alimentação saudável e nutritiva;
Escuta qualificada e acolhimento social.
Histórias que emocionam
Entre os depoimentos, a emoção tomou conta da festa. Rose, participante há dois meses, contou que chegou ao espaço ao lado do marido, diagnosticado com Alzheimer. “Eu estava perdendo a alegria de viver, mesmo fazendo terapia. Aqui, com o teatro e as atividades, eu recuperei meu sorriso. Deus abençoe muito esse projeto maravilhoso.”

Outra frequentadora, que participa há um ano e meio, destacou a força do vínculo criado: “A Casa de Clara está sendo tudo para mim. Fiz amizades, aprendi a lidar com coisas que não sabia e encontrei uma nova forma de viver. Esses dois anos são só felicidade.”
Reconhecimento
Autoridades locais também celebraram a data. A secretária de Assistência Social de Mogi, Daniela Mariano, ressaltou a importância do serviço: “É um trabalho fantástico, que fortalece vínculos familiares, garante qualidade de vida e oferece arte e desenvolvimento aos idosos. É disso que precisamos em nosso município: cuidar bem da nossa população idosa com qualidade.”
Espiritualidade e legado
Na mesma linha, irmã Jose conectou a celebração à inspiração franciscana: “Celebrar dois anos da Casa de Clara em Mogi é também homenagear Santa Clara de Assis, que no seu tempo cuidou dos idosos e deixou o legado da espiritualidade do cuidado. Nós seguimos esse caminho hoje.”
O encerramento teve samba, parabéns e a sensação coletiva de que a Casa de Clara é, de fato, uma joia rara – como definiu irmã Jose em versos preparados para a casa.
