No Dia das Mães, celebramos não apenas a maternidade, mas também a força e a coragem das mães imigrantes, que enfrentam desafios únicos em busca de um futuro melhor para seus filhos. De acordo com dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Brasil recebeu mais de 11 mil solicitações de refúgio em 2020, e um número significativo desses solicitantes é formado por mulheres com filhos. Entre os imigrantes que chegam ao Brasil, os angolanos representam uma parcela considerável.
Apesar das dificuldades, a realidade das mães imigrantes muitas vezes é marcada por desafios adicionais, incluindo a desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres imigrantes enfrentam uma taxa de desemprego mais alta do que as brasileiras nativas. De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego entre as mulheres imigrantes é de 15,6%, enquanto entre as brasileiras nativas é de 13,9%.
Conversamos com três dessas mulheres corajosas que encontraram abrigo e apoio na Casa de Assis, serviço do SEFRAS. A Casa de Assis oferece assistência integral a migrantes e refugiados em situação de vulnerabilidade. Além de abrigo e alimentação, a Casa proporciona apoio jurídico, psicológico e social, ajudando os imigrantes a se estabelecerem no Brasil e a reconstruírem suas vidas em um novo país. Um dos serviços mais importantes oferecidos pela Casa de Assis é o auxílio na busca por emprego, ajudando os imigrantes a encontrarem oportunidades de trabalho e se inserirem na sociedade brasileira.
Tunga: Em Busca de Realizar Sonhos
Tunga, uma mãe angolana de 32 anos, chegou ao Brasil há um mês em busca de uma vida melhor para seus dois filhos. "Vim em busca de realizar meus sonhos e conseguir um emprego digno para poder sustentar meus filhos", compartilhou ela. Tunga destacou a importância da Casa de Assis em sua jornada: "Se não tivesse essa casa, não sei o que seria de nós aqui. Graças a Deus, conseguimos espaço aqui na Casa de Assis. Não temos mais fome, temos um lugar para dormir e, o mais importante, estamos seguras."
Francisca: Em Busca de Melhores Condições de Vida
Francisca, uma mãe angolana de 43 anos, também encontrou apoio na Casa de Assis para ela e seus dois filhos, Elizabeth, de 13 anos, e João, que está prestes a completar 18 anos. "Vim para o Brasil procurar as melhores condições para meus filhos", explicou ela. "Aqui no Brasil, as crianças têm acesso a uma educação melhor e a mais oportunidades de futuro." No entanto, Francisca reconhece os desafios que enfrentará como mãe imigrante no Brasil: "O maior desafio aqui no Brasil para os meus filhos é o racismo; eles podem sofrer racismo por serem africanos e diferentes das pessoas daqui. Mas estou determinada a ajudar meus filhos a enfrentar essa realidade."
Sandra: Em Busca de um Futuro Melhor para Suas Filhas
Sandra, uma jovem mãe angolana de 26 anos, chegou ao Brasil há duas semanas em busca de oportunidades para suas duas filhas, Samira, de 10 anos, e Larissa, de 5 anos. "Vim para o Brasil em busca das melhores condições para minhas filhas", disse ela. "Acredito que a qualidade de vida aqui será melhor para criá-las." Sandra também reconhece os desafios que suas filhas podem enfrentar, especialmente o racismo: "O maior desafio aqui no Brasil para as minhas filhas é o racismo; elas podem sofrer racismo por serem africanas e diferentes das pessoas daqui. Posso ajudar as minhas filhas a ensiná-las a lidar com essa situação."
Ao refletir sobre sua jornada até agora, Sandra ofereceu palavras de encorajamento para outras mães imigrantes que estão chegando ao Brasil: "Tente não desistir. É um privilégio que Deus nos dá para ser mãe. É um privilégio."
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